A estrutura demográfica no Brasil, devido as transformações no âmbito socioeconômico e do avanço tecnológico que conferiu ao universo da assistência em saúde um progresso inimaginável, acarretou um crescimento expressivo da população idosa. É natural discutir, diante da perspectiva de que idosos estarão em maioria demográfica no país, o processo de inclusão nas mais diversas dimensões da vida humana que hoje se vê ainda aviltada em seus direitos de assumir uma posição mais ativa e autônoma para exercer sua cidadania. O envelhecimento é caracterizado por ser um conjunto de modificações de várias dimensões orgânicas que determinam a perda ou redução da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio. O declínio das funções orgânicas é manifestado com redução da capacidade de produção, mas estudos confirmam que a manutenção de um estado ativo de produção mantém estes componentes em estado de preservação e desaceleração da condição progressiva e dinâmica desta perdas naturais do avanço da idade. Condições desiguais de vida e trabalho submetem os idosos a um estado segregado de privação e exclusão que reforçam o status decadente de deterioração orgânica reproduzida pelo ritmo e desuso mental e físico. É evidente que com a globalização e a incursão dos mercados internacionais no cenário econômico a abertura de oportunidade de vagas de emprego notavelmente aumentou. No entanto as exigências deste mercado, envolvidas com um sistema de alta e acelerada produção, requer empregados com alta potencia funcional repelindo a possibilidade do idoso, encontrar-se impróprio nesta engrenagem laboral. Portanto a sociedade capitalista só se preocupa com os indivíduos na medida em que produzem força de trabalho. É natural que com o progresso da medicina, farmacologia e adoção de hábitos saudáveis muitos idoso com mais de 60 anos estejam em ótimas condições físicas e mentais para exercer atividades complexas que requerem a experiência que acumularam na vida. Mesmo assim o preconceito se torna um estorvo para quem ainda deseja está inserido no mercado de trabalho, comprometendo sua qualidade de vida. A proposta deste trabalho é avaliar os estabelecimentos que prestam serviços na cidade de João Pessoa das mais variadas categorias, que vão do consumo, ao transporte, dos serviços públicos ao de educação, investigando se tais locais possuem empregados com idade igual ou acima de 60 anos de idade e refletir sobre estes dados. Na busca pelo exame dos espaços que contratam idosos para assumir funções, é ínfima a quantidade de idosos empregados em lugares que prestam serviço a comunidade. Este relato de experiência que demonstrou uma clara e cristalina tendência em rejeitar o idoso nos cenários ativos de produção representou para a equipe, que foi a busca de idosos que exercem atividade laboral, um resultado frustrante e desolador que convoca todos a refletir sobre o grande desafio que os movimentos sociais, políticas institucionais e incentivos gerais necessitam intervir para garantir qualidade de vida que deverá ser resgatada e conquistada por meio de uma luta política, social e cultural que privilegie a dimensão ética, a dignidade e principalmente o espírito de solidariedade destinada aos idosos.