Embora prejuízos no desempenho de funções cognitivas constituam limitações frequentes na Deficiência Intelectual, ainda é embrionário o uso de instrumentos para avaliação destas funções que extrapolem a investigação do funcionamento intelectual. O aumento da expectativa de vida da população em geral e, particularmente, daquelas que já apresentam déficits cognitivos de desenvolvimento, aponta a necessidade de pesquisas visando a manutenção da reserva cognitiva de todas as pessoas. Neste contexto, a emergência em estudos envolvendo esta temática torna-se fundamental para que os índices do "viver mais" sejam compatíveis com os níveis do "viver bem". Este estudo tem como objetivo apresentar: a) a bateria de avaliação neuropsicológica aplicada em um grupo de adultos com Deficiência Intelectual; e b) os resultados desta aplicação. Para a seleção dos instrumentos que comporiam a bateria tomou-se como base a literatura em neuropsicologia, a discussão com peritos da área e a análise da aplicação da bateria. Os resultados indicaram divergências na literatura e na avaliação dos peritos da área sobre os instrumentos de medida investigados; apontaram testes mais e menos apropriados para avaliação das funções cognitivas na amostra estudada; e permitiram propor uma bateria de avaliação neuropsicológica para aferição de três subdomínios: atenção, memória e funções executivas. Discute-se a importância de maiores esforços na construção e adaptação de instrumentos de avaliação de funções cognitivas para a população brasileira adulta típica, particularmente aplicáveis, também, para pessoas com Deficiência Intelectual, que possam ser utilizados, eficientemente, como ferramentas complementares na investigação de resultados de intervenções neuropsicológicas com esta população.