O processo de envelhecimento populacional tem demonstrado crescimento significativo a nível mundial, e no Brasil, de forma célere provocando bruscas mudanças na estrutura etária da população. Em 2010, havia cerca de 290 mil pessoas com cem anos ou mais em todo mundo, e até 2050, haverá cerca de 3 milhões. No Brasil, a região sul, destaca-se pela elevada expectativa de vida. No entanto, esta longevidade tem sido relacionada a uma expressiva manifestação de doenças crônicas não transmissíveis nesta população, revelando que nem sempre o envelhecer vem acompanhado de qualidade de vida. Destaca-se no Brasil, a hipertensão arterial contribuindo para o aumento de complicações cardiovasculares graves. Sendo relacionada à cerca de 80% dos casos de Acidente Vascular Encefálico (AVE) e 60% dos casos de Doenças Isquêmicas do coração. Se tornando uma epidemia mundial. Fica evidente a extrema relevância do presente estudo, sobretudo, por se tratar de uma população em crescimento significativo que com o avançar da idade apresentam doenças crônicas que interferem na qualidade de vida e no envelhecimento saudável. Tem, portanto o objetivo de analisar as complicações cardiovasculares e sua relação com a qualidade de vida de idosos no interior da Bahia. Trata-se de uma pesquisa do tipo analítica com delineamento transversal e abordagem quantitativa. O estudo foi realizado nos municípios de Vitória da Conquista/BA e Itambé, situadas na região sudoeste do Estado da Bahia. Sendo a coleta de dados realizada em espaços como escolas, unidades de Saúde e grupos de convivência para idosos dos municípios.
Os participantes da pesquisa foram 250 idosos. Com relação ao perfil demográfico constatou-se que a maioria era do sexo feminino, (73%), confirmando dados de outras pesquisas que demonstram há muito tempo, a ocorrência no Brasil, e no mundo, a chamada feminização da velhice. Quanto ao estado civil, verificou-se 49,4% não eram casados, outros estudos tem demonstrado uma população composta predominantemente por viúvos. Destaca-se também o acometimento dos idosos por doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes mellitus, cardiopatias e AVE, sendo a hipertensão arterial a patologia mais freqüente, correspondendo a 87,6% da amostra o que trás preocupação para a saúde publica devido à relação entre hipertensão arterial com degeneração da capacidade funcional e redução da qualidade de vida para os idosos, quando não tratada. Em se tratando da percepção do idoso com relação à sua qualidade de vida, 97,1% tem uma ideia positiva, considerando gozar de uma vida com qualidade. Quando perguntados sobre sua qualidade de vida, 42 idosos que apresentavam diagnóstico de diabetes, 14 com diagnóstico de cardiopatia, 171 com diagnóstico de AVE e 206 com diagnóstico confirmado de hipertensão classificaram sua qualidade de vida como boa. O estudo demonstra um aparecimento considerável de doenças cardiovasculares em idosos, em especial a hipertensão e que apesar de serem cometidos por essas patologias consideram sua qualidade de vida satisfatória. O fenômeno do envelhecimento mundial da forma como vem ocorrendo, e como tem sido estimado para as próximas décadas impulsionam a necessidade de desenvolver meios de suprir as demandas biopsicossociais que são inerentes do ser que envelhece.