INTRODUÇÃO: A ocorrência de uma importante mudança no perfil epidemiológico e demográfico no Brasil vem caracterizando um acentuado envelhecimento populacional. Essa transição altera o perfil de morbimortalidade, sendo anteriormente caracterizado por doenças infectocontagiosas, e agora tendo como mais prevalentes as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Nesse contexto, a temática de Cuidados Paliativos (CP) ganha destaque, tendo em vista que a mudança no perfil de adoecimento está relacionada a um maior grau de comprometimento funcional e dependência. Compreende-se por CP a abordagem que promove qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, e requer a identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual. A abordagem desses cuidados devem se estender a todos os pacientes com doenças graves, progressivas e que ameacem a continuidade da vida. A assistência efetiva de enfermagem ao paciente em CP deve garantir cuidados integrais, centrados nas necessidades do paciente e que respeitem sua autonomia. Portanto, o presente trabalho objetiva descrever a experiência de uma enfermeira da UTI Geral do Hospital Escola Professor Alberto Antunes (HUPAA) na assistência a uma idosa em CP. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, do tipo relato de experiência a respeito da vivência de uma enfermeira assistente da UTI Geral do Hospital Escola Professor Alberto Antunes (HUPAA) na assistência de Enfermagem a uma idosa em cuidados paliativos durante seu internamento no setor, de junho a agosto de 2017. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante o internamento da idosa na UTI Geral, que durou cerca de três meses, foi possível à enfermeira a aplicação dos princípios que permeiam o conceito de cuidados paliativos dentro da assistência em todo o tempo de permanência da idosa no setor, sendo possível vivenciar todo o processo, desde o início dos cuidados paliativos até o pós-morte, onde intensificou-se a atenção à família. Os cuidados prestados foram baseados nos princípios dos CP, como: melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença; promover o alívio da dor e outros sintomas desagradáveis; não acelerar nem adiar a morte; integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente e oferecer um sistema de suporte que possibilite o paciente viver tão ativamente quanto possível, até o momento da sua morte CONCLUSÕES: Tendo em vista o exposto, foi possível perceber que a experiência possibilitou ver a enfermagem como profissão de visão e vivência integral à saúde. Profissão esta que inclui no processo diário de trabalho princípios éticos, bioéticos e de humanização, que envolve a empatia e o acolhimento, mas que também se depara com a frustração e fracasso. Mister se faz reforçar a compreensão do processo de trabalho diante do olhar ao paciente em processo de morte de modo a fornecer suporte e apoio aos familiares, bem como da necessidade de suporte emocional, espiritual e social dos profissionais envolvidos nesta modalidade de cuidado, a fim de enfrentar a impotência do cuidar para a cura.