Esse trabalho tem como foco a análise de narrativas e imagens destas narrativas, as quais apresentam corpos de crianças. Particular atenção é dada às marcas corporais que estão nas palavras em uma estreita conexão entre sema (linguagem) e soma (corpo). Estas narrativas, trazem em si elementos que podem (ou não) marcar, modelar, alienar ou libertar os corpos infantis, promovendo a estes o exercício com plenitude de suas capacidades físicas, mentais e intelectuais, conforme determinado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/96 (LDB). Destaco a materialidade e a subjetividade do “corpo”. Escolhi a pesquisa qualiquantitativa, porém de predominância qualitativa, adoto a metodologia documental como procedimento científico, analiso o conteúdo dos dados colhidos do acervo do “Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE): leitura e biblioteca nas escolas públicas brasileiras/2012”. Defini como objetivo geral: analisar as dimensões corporais identitárias apresentadas nas narrativas escritas para crianças com base nas teorias sociológicas, filosóficas e antropológicas e, como objetivos específicos: (1) revelar os achados através de categorias de análise, tais como: raça, etnia, sexo e gênero; e (2) identificar os bens culturais e simbólicos transmitidos através do conteúdo das narrativas. Posso antecipar que os achados demonstram que há uma significativa abertura para as etnias e raças no sentido global com a inclusão das narrativas estrangeiras. Estas também apresentam fluidez nos corpos que fogem dos padrões adotados como bom comportamento, mas mantêm heteronormatividade. Contudo as narrativas brasileiras não contemplam a diversidade e o multiculturalismo nacional.