O debate sobre a “despadronização” do afeto e a inclusão da temática em currículos de formação de professores ainda é tabu que urge ser desmistificado. Em Porto Velho, Capital de Rondônia, a pedagogia da avestruz é responsável por comportamentos não toleráveis em tempo nenhum: misognia, machismo, violência doméstica e chavões reproduzidos a exaustão sobre a homoafetividade em todas as suas manifestações. Este texto, organizado a partir de bibliografia exploratória, discute as reflexões produzidas na organização do referencial curricular do Ensino Fundamental I do Município de Porto Velho, e o desafio de incluir a temática da ideologia de gênero e “despadronização” do afeto, principalmente em função dos dogmas das igrejas evangélicas se sobreporem as ciências da educação. O artigo está estruturado em três partes articuladas por meio de uma mesma linha: formação de professores como estratégia para inclusão de todos e todas em processos plenos de cidadania. Na primeira, percorre-se parte da conceituação do povoamento de Rondônia, e no início de Século XXI, a segunda ordem de colonização amazônica ditada pelas igrejas neopentecostais. A seguir discute-se políticas públicas de inclusão a partir da legislação e teorias produzidas sobre a complexidade de conceitos como gênero, sexualidade, masculinidade e ideologia de gênero no espaço escolar. Conclui-se com a constatação da importância de políticas públicas de valorização da diversidade para libertar de dogmas passíveis de intervenção na produção do conhecimento.