Este texto problematiza a categoria “mulher” e sua reverberação no movimento feminista no contexto contemporâneo a partir de uma cartografia do conceito cisgeneridade. Nesse movimento de pesquisa, acompanhamos questionamentos sobre quem seriam aquelas abrangidas pelo “nós” do feminismo e quais seriam as tensões que essa interrogação colocaria às políticas e epistemologias feministas. Afinal, que mulher é representada pelas narrativas-políticas feministas? E em que medida discursos de algumas mulheres contribuem para a manutenção de privilégios e efeitos de norma no interior de um movimento social? Para complexificar esta discussão, entendemos que o conceito de “cisgeneridade” pode funcionar como uma ferramenta a desterretorializar uma concepção fundacionalista do gênero e talvez permitir que significados do que é “ser mulher” definam novos termos na agonística do feminismo. Nosso empenho com o trabalho é acompanhar algo da emergência de novas (com)posições nas lutas (epistemológicas) que descentram e desafiam a noção de (A) mulher.