O presente trabalho procura refletir sobre como as questões de gênero podem interferir na busca por estágio no setor de Petróleo e Gás. Ao concentrar-se na temática de gênero, a pesquisa tenta explorar o modo como esse marcador social, que opera interseccionalmente com outros marcadores, afeta o processo de inserção no mercado de trabalho, em especial, no processo de conquista do estagio curricular para os estudantes do curso técnico subsequente de Petróleo e Gás Natural do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia campus Simões Filho. Para tanto, foi utilizado, como procedimento metodológico, a aplicação de um questionário virtual encaminhado aos alunos e alunas egresso(a)s do ano de 2014, semestres 2014.1 e 2014.2. A partir dos resultados obtidos é possível levantar alguns apontamentos sobre o processo de busca por estágio, entre estes é possível citar as dificuldades relacionadas ao cenário empregatício atual na área petrolífera e dificuldades relacionadas ao gênero enquanto marcador que limitou algumas alunas o acesso a vagas de estagio. Além disso, nota-se a relevância de outras questões que interferiram, ainda que indiretamente, na relação estudante-emprego como o diferencial curricular dos/as jovens e a relação com o trabalho remunerado e o trabalho doméstico. Foram utilizadas as referências teóricas de Judith Butler e Kimberlé Crenshaw, para o entendimento das relações de gênero e questões interseccionais, as referências de Maria F. Diogo, Maria F. Coutinho e Maria R. Lombardi, para fundamentar as questões do trabalho feminino em espaços masculinizados, e de Elza F. Santos, para entender a realidade do ensino profissional e a divisão sexual dos cursos. Por fim, a pesquisa utilizou o método exploratório, investigando marcadores sociais que facilitaram ou dificultaram o acesso dos alunos e alunas participantes do questionário ao estágio curricular.