No contexto atual do Brasil, em meio a crise política, econômica, social e institucional, emergem um conjunto de ideias e projetos conservadores produzidos por agentes diversos: líderes políticos, líderes religiosos, intelectuais, empresários, cidadãos comuns e até ex-celebridades se unem em grupos de interesse vinculados ao que tem sido chamado de projeto “escola sem partido” e contra a “ideologia de gênero”. Este projeto se relaciona estreitamente com o contexto mais amplo que vive o país, mas tem como objeto principal a educação, em especial, o trabalho de professoras/es e o que deve ser ensinado ou não nas escolas. Qual o papel do professor/a? Qual o papel da escola? Que currículo se quer? A partir destas questões que estão sob forte disputa ideológica há o questionamento de alguns temas que recentemente começaram a ser pautados na educação, a partir da mobilização dos movimentos sociais e dos pesquisadores no contexto de redemocratização do Brasil, além de compromissos internacionais que foram firmados pelo país. Mais especificamente temas como a diversidade cultural, as questões de gênero e sexualidade (respeito às diferentes identidades de gênero e orientação sexual), os direitos humanos e os estudos sobre a questão política e a cidadania. Neste contexto, esta pesquisa visa refletir sobre estas disputas, quem são os agentes interessados e que consequências este debate pode gerar na educação, mais especificamente na área de sociologia no ensino médio, disciplina que historicamente estuda estes e outros assuntos considerados polêmicos e delicados.