O núcleo deste trabalho reside no conceito de escre(vivência): escrita de um corpo a partir da sua própria condição e experiência. Investigando o contexto de fusão entre criação e (auto)biografia, visamos à leitura e à discussão do conto “Beijo na face”, de Conceição Evaristo, a fim de identificar, nele, possíveis imagens de uma autorrepresentação de sua autora. Levamos em consideração que Evaristo é exemplo de um projeto literário marcado pelo caráter combativo em relação à autoridade branca, falocêntrica e heterossexista. Além disso, com vistas a tornar viável a ideia de uma escre(vivência) homocultural, trabalharemos, também, questões relativas à chamada literatura homoerótica, com o intuito de promover reflexões acerca da inserção de subjetividades contra-hegemônicas no âmbito literário.