Este trabalho tem por objetivo apresentar uma análise crítica e reflexiva acerca de práticas pedagógicas, desenvolvidas junto a discentes com deficiência visual (cegueira e baixa visão) em 04 escolas regulares de Rio Branco-Acre. Seu objetivo principal busca tornar evidentes as questões de gênero e raça, que permeiam as características dos estudantes, professores e técnicos que constituem o grupo de indivíduos que compõem o estudo. Trata-se de uma releitura e recorte das falas dos participantes da tese “Inclusão de pessoas com deficiência visual na escola regular: bases organizativas e pedagógicas no Estado do Acre”, do Programa de Pós-Graduação em Educação, Conhecimento e Inclusão Social – Doutorado da Universidade Federal de Minas Gerais. Assim na construção deste artigo, atenta-se para as questões de gênero e de raça que interseccionam os estudantes no processo de ensino e de aprendizagem e, consequentemente, incidem no processo de inclusão escolar. A realização desse trabalho possui aporte teórico e metodológico nos estudos de casos múltiplos e no emprego das técnicas de entrevista, observação de aulas, aplicação de questionários para os professores, gestores, técnicos e alunos com deficiência visual (cegos e com baixa visão). A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, na escola regular, por si só, é um processo complexo, polêmico e multifacetado, e essa questão se agrava ainda mais quando esse processo se refere a alunos com deficiências, pobres e negros. Nesse sentido, reflexões e discussões mais aprofundadas em torno dessas questões se faz urgente entre todos os envolvidos no planejamento, execução e seu acompanhamento. Nessa perspectiva, a formação de professores – a inicial e a continuada – necessita ser repensada de modo que esses conteúdos façam parte das discussões que permeiam os currículos desses cursos.