A partir das experiências dissidências de gênero e sexualidade que vêm sendo produzidas ao sul da linha do Equador, reconhecemos a necessidade de fomentar discussões teóricas que, longe de serem meramente incorporadas do Norte Global, possam ser desencadeadas a partir de epistemologias decoloniais, a partir de nosso lugar de origem que, academicamente, é comumente reconhecido como de produção intelectual inferior. Interessa-nos aqui promover interlocuções-cartográficas a partir de nossas vivências enquanto sujeitos latino-americanos – vivências marcadas pelo entrecruzamento de diversos marcadores sociais de identidade e diferença que nos constituem e nos impulsionam a (re)pensar nossas experiências cotidianas como sendo periféricas, mas também insurgentes, desobedientes. Diante disso, a proposta deste trabalho, fruto de pesquisa de pós-doutorado em andamento, é mapear os usos e impactos dos efeitos epistemológicos das contribuições queer na produção de conhecimento em educação no Brasil. Para isso, através dos possíveis efeitos dos (des)arranjos teórico-metodológicos das teorizações queer na pesquisa nacional, buscamos traçar um plano (provisório) que possa indicar algo da complexa trama por onde essas experimentações epistemológicas enredam-se no contexto da produção acadêmica do campo de estudos de gênero e sexualidade, autoproclamadas e/ou interpeladas dissidentes.