O direito à cidade é um tema em crescente discussão no Brasil, não apenas nos meios acadêmicos, mas também em pautas de movimentos sociais e de mobilizações populares diante de determinadas mudanças no espaço e na dinâmica de grandes cidades. Nesse ínterim, surge o cinema como veículo que se propõe a despertar discussões e reflexões acerca de assuntos que permeiam essa temática. Em Recife, o recente e contemporâneo movimento cinematográfico chamado Novo Cinema Pernambucano ganha destaque entre as produções que mais abordam o direito à cidade e outras questões urbanas, em forte diálogo com a realidade da capital pernambucana, a qual foi e é palco de importantes movimentos e debates em torno desse tema. Visto isso, este artigo se propõe a discutir e demonstrar como o Novo Cinema Pernambucano tem trazido em tela importantes elementos de reflexão e mesmo de agitação no tocante ao direito à cidade, podendo ser importante objeto de estudo para pesquisadores e docentes do assunto (seja em direito, arquitetura, geografia ou em outras áreas do conhecimento para as quais o tema é relevante). O artigo abordará algumas das principais obras cinematográficas desse movimento, e outras de menor propagação em escala nacional que também puseram o assunto em pauta a nível local. Nele, também serão feitos os devidos liames entre a reflexão principal dos filmes citados e o que foi dito a respeito do direito à cidade por teóricos como David Harvey e Henri Lefebvre, ou mesmo como pequenas mensagens inseridas em determinadas cenas também abordam com relevo a temática.