Artigo Anais JORNADA RDL

ANAIS de Evento

ISSN: 2594-6854

WORKSHOP: A VIA CRUCIS DO CORPO DA MULHER

Palavra-chaves: DIREITOS HUMANOS, LITERATURA BRASILEIRA, INTERDISCIPLINARIDADE, VIOLÊNCIA DE GÊNERO, VIOLÊNCIA DE GÊNERO Comunicação Oral (CO) GT02 - DIREITO, LITERATURA E FEMINISMO
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Publicado em 08 de junho de 2017

Resumo

Pretende-se expor experiência de ensino e aprendizagem conduzida em workshop por ocasião da realização do IV CIDIL - Colóquio Internacional de Direito e Literatura: Censura, Democracia e Direitos Humanos, em Vitória/ES, no ano de 2015, promovido pela Rede Brasileira Direito e Literatura - RDL. Inspirada pela temática do evento, a proposta de discussão buscou mapear os (des)caminhos de violência contra a mulher na literatura brasileira sob a perspectiva dos direitos humanos da mulher, tendo a workshop sido denominada “A via crucis do corpo da mulher: trajetos de violência na literatura brasileira sob a ótica dos direitos humanos da mulher”. Foi proposta a leitura de alguns textos literários significativos sobre a violência praticada contra a mulher revelando a dolorosa via crucis do corpo da mulher, começando por uma reflexão sobre o pensamento de Lima Barreto, cujo inconformismo contra os crimes passionais praticados pelos maridos e parentes surge de forma contundente em várias crônicas no início do século vinte. Ênfase especial foi dada à literatura de autoria feminina, especialmente a partir dos anos 70, com Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Lya Luft e Marina Colasanti, constituindo um painel de fragmentos de violência praticada contra a mulher, em decorrência da persistente cultura de violação aos direitos fundamentais da mulher, centrada na dominação masculina. Buscou-se uma articulação entre a literatura, a filosofia e o direito, configurando-se uma abordagem interdisciplinar na medida em que estimulou uma reflexão sobre a constituição de um sujeito do direito, através do conceito de capacidade, elaborado por Paul Ricoeur, conforme explicitado no texto “Quem é o sujeito do direito?”, em O justo 1, bem como em O si-mesmo como um outro, e aplicável à condição ainda precária da mulher. Cuida-se de pensar a promoção dos direitos humanos no tocante à violência contra a mulher, e da luta da mulher por reconhecimento, debate ainda necessário apesar dos progressos sociais e jurídicos alcançados, tendo sido discutida a importância da Lei Maria da Penha, Lei 11.340, de 2006, assim como a Lei 13.104/2015, de 2015, que altera o art. 121 do Código Penal, prevendo o feminicídio, em face das constantes brutalidades cometidas contra a mulher.

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