O Brasil conviveu até o final da década de 1970 com um perfil epidemiológico centrado nas doenças infecto contagiosas, alto índice de morbidade e mortalidade infantil. A partir da década seguinte houve uma mudança nesse perfil dando sinal de um envelhecimento emergente e com ele o surgimento das doenças crônicas degenerativas. Assim, foi objetivo dessa pesquisa mapear o perfil epidemiológico da população idosa dos programas para a terceira idade, em Natal, RN; investigar o significado desses programas para a clientela; saber se os mesmos interferem na saúde de forma positiva. Os dados foram coletados através de um questionário. Investigamos onze (11) grupos, selecionados com critérios pré-estabelecidos: número de participantes, espaço físico permanente e, distribuição igualitária entre os quatro distritos de saúde. Identificamos o seguinte perfil: caracterização: 49% estão entre 60 e 70 anos de idade; 62% dos homens estavam em união conjugal e 64% das mulheres sem companheiros; 89,2% religião católica; 51,4% de cor branca e 35,1% de cor parda; 30% dos homens e 14,8% das mulheres não têm instrução escolar, 12% dos homens e 20,1% das mulheres concluíram o primeiro grau, 6% dos homens e 13,4% das mulheres concluíram o segundo grau, 2% dos homens e 3,8% das mulheres têm curso superior. No item procedência 36,5% são de origem rural e 60% reside no mesmo endereço a mais de 5 anos. Aspectos sócio-econômicos e atividades produtivas; 58,3% não tiveram carteira de trabalho assinada, 26,4% nunca trabalharam. Profissões referidas, sexo masculino: comerciante (18%), servidor público (15%), agricultor (13%). Sexo feminino: agricultura (10%), empregada doméstica (10%), auxiliar de enfermagem (8%) e costureira (8%). 27,4% contraíram doenças do trabalho e 16% tiveram que se aposentar devido a este fato. Os planos pós- aposentadoria foram projetados por 26,4%. Deste, 9% conseguiram concretizá-los. Renda : de 1 a mais de 11 salários mínimos, prevalecendo o intervalo de 0 a 1 (59%). Moradia: 95,1% residem em casa; própria (85,4%); com mais de uma geração (55,3%), sem problemas de gerações (88,2%). Saúde Mental e Física: hipertensão arterial (24%), osteoporose (10,3%), artrite (10,3%), diabetes (9,8%), artrose (8,7), reumatismo ( 8,2%), doença cardíaca ( 7,5%) e doença circulatória (4,3%); 45% referiram ter mais de uma doença crônica. Para controlar estas doenças 49% usam medicamentos alopáticos; 23% fazem dieta e 20% fazem exercício físico. 70% têm dificuldades para manter a dieta. Outros problemas: visão (26,5%), insônia (16,2%), alergia (9,2%) e constipação (8,2%); 5,2% sem problema de saúde. Quando adoecem, procuram os serviços públicos(77,9%), para onde vão sem acompanhamento (95,8%). Tratamento complementar: 86% usam vegetais: boldo (34,3%), capim-santo (31,6%), erva-cidreira (31,3%) camomila (24,7%) e chá preto (14,6%). Hospitalização: 35,8% foram internadas(os) nos últimos 5 anos. Estilo de vida: 63,2% praticam atividades físicas; 49% têm bom sono e repouso; e 83% sem vícios. Para o grupo os programas são campos de excelência para a saúde, espaço de lazer e sociabilidade. Os dados apresentados mostram a importância do perfil epidemiológico para um melhor planejamento e aproveitamento dos Programas Terceira idade.