A pele representa cerca de 15% do peso corpóreo, estando disposta, de maneira geral, em três camadas: epiderme, derme e hipoderme. Funcionalmente, relaciona-se a processos de termorregulação, proteção de estruturas internas e proteção imunológica, além de sintetizar algumas vitaminas, como a vitamina D. Estruturalmente, esse tecido dispõe-se de maneira contínua e integrada, logo, qualquer condição que desencadeie sua interrupção ocasiona o desenvolvimento de feridas. No Brasil, as feridas constituem um agravo à qualidade de vida do indivíduo acometido e um sério problema de saúde pública em virtude da sua baixa notificação, nesse sentido, seu manejo terapêutico tem recebido grande atenção do nível primário de saúde, uma vez que, a realização dessa prática nesse âmbito encontra-se viabilizada de maneira integral em virtude da sua proximidade com a vivência da comunidade. Contudo, algumas barreiras são encontradas para a realização adequada da atenção à feridas em setor primário de saúde; a ausência ou o desconhecimento de protocolos para o manejo de feridas constitui a obstáculo básico para a realização de um tratamento adequado, já que sua existência subsidiaria a prática profissional, dessa maneira, os demais eixos essenciais para a terapêutica passam por dificuldades de cumprimento, como a avaliação, a classificação da ferida e o uso de técnicas assépticas. Além disso, a insuficiente qualificação profissional resulta numa inadequada abordagem e, consequentemente, em resultados insatisfatórios. Associado as condições de pessoal, temos os fatores estruturais, como a escassez de coberturas específicas, de modo a impossibilitar um processo cicatricial adequado.