BRITO, Clislane Ramos De. . Anais IV SINALGE... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/27682>. Acesso em: 27/12/2024 00:33
No presente trabalho, analisamos o conto “A Escolha”, de Ronaldo Correia de Brito e estudamos, especificamente, a concepção de personagem. Evidenciamos também uma proposta de abordagem do texto para o nível médio. Tudo isso, na tentativa de mostrarmos que o ensino literário pode ser feito de um modo diferente, fazendo com que o aluno perceba que o conto, na sua essência, é um gênero que proporciona uma reflexão sobre a condição do sujeito na sociedade, objetivando que o aluno veja a beleza singular da literatura, que é tomada dele desde muito cedo através de atividades que destacam questões de decodificação e não trabalham no prisma, aqui, acentuado. Fundamentam o nosso estudo as contribuições teóricas de Beth Brait (2006), que trata a personagem como uma representação daquilo que é verossímil; Gancho (1999), que ao trabalhar com os elementos estruturais da narrativa fala que a personagem é o ser responsável pelo desempenho do enredo; Moisés (2013), que ao definir o termo literário, diz que a personagem funciona como a representação dos seres reais; Candido (2009), quando afirma que a personagem não vive só nos enredos do texto, mas também no imaginário real de cada leitor; Cosson (2006), no tocante a metodologia referente à noção de letramento literário, e, por fim, as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006). No trabalho exposto, será possível perceber alguns dos mais recorrentes problemas relacionados ao ensino da literatura no Nível Médio. Como o mau uso do texto literário em sala de aula, em consonância com a falta de interesse do professor no planejamento de aulas que tratam de literatura. Também estabelecemos possibilidades de encontros com problemáticas sociais e personagens sertanejos que trazem no seu eu características e questionamentos internos vivenciados por todos nós. Logo, centramos o resultado alcançado como possibilidades de leitura e interpretação na tentativa de formarmos leitores críticos, a ponto de formularem pensamentos e opiniões concretas.