Abordar, na sala de aula, os gêneros discursivos como objetos de ensino-aprendizagem, deve ser uma preferência e uma decisão didática a ser tomada por cada docente comprometido com a formação integral de seu aluno, enquanto cidadão participativo em uma sociedade ativa e dinâmica, baseada na utilização da linguagem em todas as práticas cotidianas. Pensar e organizar o currículo escolar englobando o estudo e a reflexão a respeito da produção textual, precisa ser considerado algo de extrema importância e que deve ser analisado pelo corpo docente da escola. Sendo assim, este estudo tem como objetivo conhecer e refletir sobre as concepções de texto, enunciado e gêneros discursivos, conforme a teoria sóciointeracionista de Mikhail Bakhtin e discutir criticamente a respeito da inserção, dos gêneros do discurso como objeto de ensino-aprendizagem, bem como, da presença destes no currículo escolar. Trata-se de uma revisão bibliográfica baseada na literatura especializada, através de consulta a obras de autores que tratam da temática da pesquisa de mestrado da autora, tais como, Antunes (2003), Bakhtin (2011), Brasil (1997), Marcuschi (2011), Marcuschi (2008), Leite e Barbosa (2014), Schnewly e Dolz (2011). Para tanto, estruturamos o corpo textual iniciando pela apresentação das concepções de enunciado, gêneros do discurso e texto como enunciado, na perspectiva bakhtiniana; em seguida, trazemos uma discussão a respeito dos gêneros do discurso e o processo de ensino-aprendizagem; após, falamos um pouco sobre a apropriação dos gêneros discursivos na sala de aula, por meio da produção textual e, mais adiante, discorremos sobre os gêneros do discurso e a sua presença no currículo escolar. Por meio das pesquisas realizadas nas obras científicas aqui citadas, concluímos que mudanças vêm ocorrendo no decorrer dos anos, impulsionadas pelas novas concepções e visões expostas na publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais e abandonando, aos poucos, a ideia de texto isolado, descontextualizado e abrigo apenas de aspectos linguísticos a serem estudados. Esta fase de mudanças ainda está ocorrendo e vem desenvolvendo-se de forma a causar o estímulo na produção de trabalhos científicos e obras dispostas a colaborar com a concepção sociointeracionista de gênero discursivo que compreende tais textos como partícipes e local das relações sociais baseadas na escrita ou na oralidade. Sendo assim, percebemos que se está em busca de uma escola que considere o indivíduo em todos os seus aspectos e peculiaridades, formando-o de forma integral para uma efetiva e eficaz participação e comunicação em sociedade. Assim, o ensinar e o aprender em Língua Portuguesa, necessitam estar organizados a partir da unidade básica de ensino que é o texto e partindo dele trataremos também dos aspectos linguísticos, sempre contextualizados à situação comunicativa em questão.