MENINA, MENINO, MADRINHA E PAVÃO: EM BUSCA DE UM ESPAÇO IMAGINÁRIO
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Em seu romance, Lygia traz destaque para indivíduos marginalizados pela sociedade, como é o caso do menino Alexandre, que sonha encontrar a casa de sua madrinha, espaço este inventado por seu irmão, a fim de tornar a realidade do menino mais leve. Ao menos, até certo ponto da narrativa. A casa da madrinha é obra significativa da literatura infantojuvenil desse período, uma vez que apresenta caráter plurissignificativo em sua linguagem. Obra de elevada relevância estética que põe em pauta discussão de ideias, valores e comportamentos da sociedade contemporânea. Estão presentes variadas simbologias que ampliam o letramento literário dos estudantes e, decisivamente, contribuem para a formação de leitores crítico-reflexivos e, por isso, importante de ser lida em sala de aula. Neste artigo, busca-se, além de apresentar e discutir a construção, por Bojunga, de personagens como representantes de diferentes sujeitos em seus lugares sociais, também apreender em que medida Lygia demonstra e discute o autoritarismo da época em sua relação com o desejo de se fazer ouvir por seus personagens a quem não é dado o direito à voz, por isso, considerados marginais, como o Pavão e, especialmente, o menino Alexandre e mesmo Vera. Assim, ao longo deste trabalho, discute-se a partir do enredo, das experiências sensoriais dos personagens, em seus diálogos, cenas e no próprio espaço idealizado, a casa da madrinha de Alexandre, como estão representados, de modo simbólico, os elementos do autoritarismo, da liberdade de expressão e das sensações que extrapolam a realidade mais dura, considerando as diferentes relações de poder existentes, inclusive no que se refere à linguagem. 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