O uso da intertextualidade é uma relevante estratégia para o planejamento de práticas pedagógicas de professores de literatura do Ensino Médio, visando a uma melhoria nas atividades de sala de aula, o que contribui para o processo de ensino-aprendizagem da leitura literária e produção de textos. Assim, como a intertextualidade pode ser aplicada nas práticas pedagógicas do Ensino Médio? Este trabalho visa delinear como a intertextualidade pode ser aplicada nas práticas pedagógicas do Ensino Médio, pois o uso desse fenômeno permite ao professor fazer do aluno um coautor do texto literário, um novo sujeito, que descobre, compara, transforma, aprende, ensina. Daí a necessidade dessa abordagem, que a escola deve permitir que se faça dentro e fora dela, abordagem essa que o professor pode utilizar para formar leitores críticos, tendo a escola como sua maior responsável. A fundamentação teórica deste trabalho pautou-se no que preconiza Julia Kristeva, a partir de uma franca influência dos trabalhos realizados por Mikhail Bakhtin, desde seus estudos iniciados na década de 20. A noção de Intertextualidade, introduzida por Kristeva para o estudo da literatura, chama a atenção para o fato de que a produtividade da escritura literária redistribui, dissemina textos anteriores em um texto atual. Uma vez que todo texto literário apresenta como característica uma relação, implícita ou explicitamente marcada, com textos que lhe são anteriores, essa concepção permite tomar o texto literário como o lugar do intertexto por excelência. Essa noção de intertexto foi difundida nos estudos literários por Rolland Barthes, para quem todo texto é um intertexto. Um dos caminhos dessa desconstrução-reconstrução é permutar textos, retalhos de textos que existiram ou existem em torno do texto. Segundo o levantamento bibliográfico, em geral, os documentos produzidos como referencial para os professores, os PCN, por exemplo, apresentam apenas contribuições teóricas, mas não discutem, em termos metodológicos, como os educadores poderiam articular a teoria à prática em sala de aula. Foi assim que, pensando em diminuir a distância entre teoria e prática, propôs-se uma reflexão sobre como a literatura poderia ser abordada em sala de aula, tendo em vista as contribuições do dialogismo da linguagem defendidas neste artigo, com vistas à intertextualidade. Portanto, pautaram-se algumas implicações pedagógicas para o ensino da leitura literária no Ensino Médio, com base na fundamentação teórico-metodológica apresentada, implicações essas cujo alvo é a abordagem intertextual.