SANTOS, Priscila Angelina Silva Da Costa. Contos de assombração: uma vivência literária. Anais IV SINALGE... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/27293>. Acesso em: 23/11/2024 06:22
As histórias que dão “medo” costumam permear a imaginação das crianças que cotidianamente as contam e recontam com entusiasmo e encantamento pelos personagens, cenários e enredos intrigantes. Diante desse encantamento por tal gênero literário, realizamos um projeto que buscou, justamente, trabalhar o prazer da leitura a partir dos contos de assombração, principalmente, aqueles típicos da nossa região, como “A emparedada da rua Nova”, “A loira do banheiro”, “Cumade Fulorzinha”, “A sacola”, entre outros. O projeto foi intitulado “Assombração! Quem tem medo?” e foi realizado com os alunos do 2º ano do ciclo de alfabetização em uma escola Municipal do Recife-PE. Vários livros foram lidos em torno da temática ao longo de um mês e meio, durante a roda de leitura realizada no início da aula. A intenção era gerar sempre um clima de medo, que pouco a pouco era proporcionado pelas próprias crianças, que apagavam as luzes e faziam os sons expressos na história. A cada leitura, as crianças colocavam suas expectativas e se mostravam ansiosas para o próximo conto assombroso ou o próximo capítulo do livro. Lemos vários livros, entre eles “Malassombramentos – Os arquivos secretos do Recife”, “Quanto mais eu rezo mais assombração aparece”, “Gustavo e os medos” e a “Pior das Bruxas”, esses dois últimos foram lidos de modo protocolado, ou seja, a cada dia um novo capítulo era lido, o que gerava ainda mais entusiasmo entre o grupo. Após várias leituras, as crianças também foram solicitadas a produzir um texto coletivo, a escolher a melhor história e assim, participar intensamente de uma vivência literária. O projeto foi encerrado com a festividade do “Dia assombroso”, em que cada aluno ajudou na arrumação da sala, maquiou o rosto e participou dos diversos contos que permeavam a sua imaginação. Percebemos que o trabalho desenvolvido envolveu as crianças de modo efetivo, levando-as a contar e pensar novas histórias de assombração cotidianamente.