O trabalho a seguir surgiu durante a disciplina Literatura de Cordel, ofertada pela POSLE (UFCG) e se propõe a realizar reflexões analíticas entre o folheto lusitano de Branca de Neve e os sete anões e sua versão em cordel nordestino intitulada História de Branca de Neve e os Sete anões. Conhecido mundialmente, o conto dos irmãos Grimm, publicado nos primórdios do século XIX, baseou-se em histórias de tradição oral e despertou a curiosidade e envolvimento de vários leitores, tornando-se uma das adaptações de narrativas infantis mais conhecidas no Brasil. Marcou diversas gerações de leitores, até os dias atuais, através do seu enredo e da magia que o envolve. A história também foi reeditada em forma de folheto lusitano, com ajustamentos próprios ao gênero. Posteriormente, Branca de Neve também foi “aclimatada” para o formato de folheto nordestino, havendo adequação da linguagem e das personagens ao contexto das vivências nordestinas e narrando a história em forma de versos cheios de rima e com um ritmo bastante marcado, como é característico dos cordéis brasileiros. Nesse sentido, lançamos um olhar comparativo entre os folhetos, buscando realçar as diferenças e confluências existentes na produção desse gênero literário em Portugal e no Brasil. Tal perspectiva poderá contribuir para a leitura de ambas as obras em sala de aula e para a percepção da riqueza estética existente nas “traduções” de textos literários originários da tradição oral. Para tanto, nos embasaremos nos apontamentos de Abreu (1999), Ayala (1997), Coelho (1987) e (1991), Lajolo e Zilbeman (1994), entre outras vozes teóricas.