As práticas de leitura para o ensino de poesia, em uma perspectiva diacrônica, passaram por diversas atualizações ao longo do século XIX e meados do século XX. A partir deste recorte temporal, percebemos que a tendência pedagógica para a mediação do poema lírico na escola lançava mão da estratégia de leitura em voz alta, uma vez que a estrutura do texto poético favorecia para esta metodologia no âmbito escolar, o que contribuía para a interação texto-leitor. É por esse caminhar que a nossa comunicação procura analisar a seleção dos poemas nos livros de leitura, assim como estudar o planejamento metodológico destes manuais, visto que há estratégias de ensino que reverberaram no fazer pedagógico contemporâneo, tais como: o jogo dramático, a leitura compartilhada e a leitura performática. Os estudos teóricos em torno da Estética da Recepção de Jauss (1994) e Iser (1979); (1995) e do Método Recepcional de Aguiar e Bordini (1993) favorecem para constatar alguns critérios de recepção do texto poético em sala de aula. Em seguida, contemplaremos a teoria acerca do leitor real em nosso trabalho, o que nos possibilita a compreender o modo como o receptor de nível escolar apropria-se da obra. Desse modo, pesquisas formuladas por Rouxel (2013), Kleiman (2002), Langlate (2013) e Solé (1998) sugerem uma porta de entrada para averiguar o processo receptivo destes sujeitos empíricos em sala de aula. A nossa metodologia corresponde à pesquisa bibliográfica, já que o referido trabalho procura fomentar o percurso das tendências metodológicas para a mediação da poesia na escola.