No panorama atual, a biomassa surge como uma fonte de energia limpa abundante que pode vir a substituir parcialmente as energias fosseis. A casca de arroz é uma fonte considerável de biomassa. Seu descarte ou utilização incorreta pode levar a graves problemas ambientais. Essa casca pode ser utilizada para a produção de bio-óleo através do processo de pirolise. A pirolise é a quebra da biomassa em ausência de oxigênio. A constituição do bio-óleo depende do processo adotado e pode ser utilizado como combustível ou como matéria prima. Este trabalho tem por objetivo a caracterização dos compostos presentes do bio-óleo obtido por pirolise rápida da casca de arroz a duas temperaturas. A pirólise foi realizada em planta piloto com reator de aço inox a 500 e 700oC. O bio-óleo foi separado em fases orgânica e aquosa, sendo a fase orgânica analisada por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas. O rendimento dos produtos da pirolise não apresentou diferença para as duas temperaturas. Os dois bio-óleos apresentaram semelhança nos compostos encontrados, bem como nas suas respectivas porcentagens de funções orgânicas. Foram encontrados principalmente fenóis, ácidos, ésteres, éteres e cetonas. . Pode-se determinar que 32,6 %(BO a 500°C) e 34,4 % (BO 700°C) dos fenóis correspondem ao fenol, benzenodióis e fenóis alquilados, enquanto em torno de 17%, para ambos BOs corresponde a metóxifenóis, e metoxifenóis alquilados. Os compostos majoritários foram os mesmos, sendo eles: fenol, cresóis, etilfenol, o-metóxifenol e 2,3-dihidro-o-benzofurano. Conclui-se não ocorreu influência das temperaturas na constituição dos bio-óleos. Este pode ser utilizado para obtenção de produtos de valor comercial. A produção de produtos com maior valor agregado a partir da casca de arroz demonstrou ser extremamente vantajosa