As características de condutividade elétrica no subsolo estão diretamente relacionadas à presença de fluidos, como água, chorume, óleo, dentre outros. A água, em função da quantidade de sal, exibe diferentes respostas na propagação da corrente elétrica. Na região do Parque do Mico Leão Dourado, localizado na zona costeira norte do estado do Rio de Janeiro, o substrato sedimentar (Quaternário) possui características argilo-arenosas. A água subterrânea, não utilizada para o consumo humano e animal, apresenta coloração avermelhada, resultado da presença de óxido de ferro oriundo do embasamento cristalino. A investigação geofísica foi realizada pelo equipamento SysKal Kid, da empresa francesa IRIS Instruments, disponibilizado pelo Laboratório de Exploração Mineral (LEXMIN) da Faculdade de Geologia da UERJ, obtendo a resistividade aparente no subsolo através da injeção de uma corrente elétrica no mesmo. Adotou-se a configuração dipolo-dipolo, onde cada aquisição utilizou 24 eletrodos espaçados em 5 metros. O caminhamento total na superfície foi de 850 metros. Os dados foram processados pelo software Res2DInv, exibindo perfis de eletrorresistividade com até 15 metros de profundidade. Os resultados exibem dois níveis condutivos: o primeiro assinala a presença do lençol freático (água salobra), entre 2 e 5 metros de profundidade, associado a um solo mais arenoso e com características mais condutivas. O segundo nível exibe respostas menos condutivas e corresponde a um solo argiloso, com espessura de 1 a 3 metros. Na região, os sedimentos quaternários exibem um aumento da condutividade elétrica à medida que se aproxima da linha de costa, diretamente relacionado à presença da água salgada.