Augusto de Campos assinala um interesse contínuo pela experimentação de matérias e suportes como fonte de criação poética, tornando possível o diálogo entre uma poesia totalizante, que abarca signos de naturezas diferentes dentro de uma mesma função poética, imprimindo novos significados ao texto literário, na criação de textos híbridos, possibilitando trazer à luz a relação entre literatura, arte e tecnologia. Aqui se faz um recorte da pesquisa de doutorado em andamento, que será ancorada na aplicação da Teoria Geral dos signos – Semiótica, fundada por Charles Sanders Peirce, que autoriza o uso de uma fundamentação teórica na análise e investigação dos sistemas de significação. O que esse trabalho propõe é tentar compreender os efeitos expressivos em uma poesia intermídia, que dialoga com outras linguagens, como a publicidade, as artes plásticas, a geometria, na tentativa de favorecer a convivência do leitor com o texto e consequentemente, a experimentação do prazer estético. Ainda, discutir como seria possível um diálogo entre o experimentalismo poético de Augusto de Campos, suas correspondências e contribuições ao ensino de literatura na contemporaneidade, tento em vista ser significativo explicitar de que modo os diferentes sistemas simbólicos em permanente diálogo, pelo fato de mediatizarem a realização cognitiva da realidade, tornam-se cada vez mais proeminentes na cultura cibernética.