As práticas conteudísticas que ainda permeiam o ensino de Geografia se limitam a um processo de aprendizagem desinteressante e eminentemente decorativo. Em virtude desses entraves, o presente estudo apresenta uma proposta de trabalho que alia a Geografia à Literatura como um campo bastante profícuo para que condições de aprendizagens mais reflexivas e satisfatórias sejam realizadas. Assim sendo, relata-se uma experiência de leitura com o romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, tendo como sujeitos colaboradores alunos do sétimo ano do Ensino Fundamental de uma escola pública da rede estadual da Paraíba. Como aporte teórico, citamos os estudos de Colomer (2007), Monteiro (2002), Pinheiro (2007), Azevedo (2014), dentre outros. Os resultados apontam que, seguindo uma metodologia de víeis dialógico nas aulas de Geografia, possibilitou-se uma convivência mais demorada e significativa com a obra. Tal experiência literária permitiu ainda uma ampliação da visão geográfica acerca do semiárido nordestino e, por conseguinte, observou-se por meio da participação e dos posicionamentos dos (as) educandos (as), certo aprimoramento na capacidade leitora e interpretativa, tornando-os (as) mais críticos (as) e sensíveis no que diz respeito à arte literária como reflexo da sociedade, além de possibilitar ver a Geografia muito além dos seus livros.