Considerando o fato de que a escola, hoje, se apresenta como um espaço de discussão, de reconhecimento e de afirmação de identidade, sobretudo de identidade cultural, compreendemos a necessidade da realização de um trabalho com Língua Portuguesa que contemple não só os textos canônicos, escassamente presentes nos manuais didáticos, mas também os textos da Literatura Popular Nordestina. Esse tipo de literatura é, conforme Luyten (1983), independente e possui características próprias, apresentando-se como um ofício de vertentes e visões confluentes e contraditórias, com posições e propostas convergentes e conflitantes, o que possibilita levar para a sala de aula as mais diversas discussões temáticas. É sob esta ótica que a presente comunicação visa relatar a experiência didática vivenciada com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Municipal Cônego Tôrres, escola de Tempo Integral, em Serra Talhada, Pernambuco, no período de março a maio de 2015. Nessa perspectiva, buscamos também discutir a relevância de se trabalhar com a Literatura de Cordel na Educação Básica por meio de práticas de letramento literário entre os aprendizes, visto que ao inserir a poesia popular nas práticas didáticas colocamos o aluno em contato com textos cuja diversidade temática possibilitou a realização de debates e reflexões acerca da realidade social, política, econômica e das diferentes formas de expressões do povo sertanejo, além da aproximação dos alunos às manifestações culturais da região e o resgate da memória popular. Contamos, neste trabalho, com apontamentos do PC-PE (2012), de Pinheiro (2012), de Amorim (2013), de Cosson (2014) e na intenção pedagógica do projeto “Corredor das artes”, do SESC/PE.