PERFIL DE IDOSAS COM CÂNCER DE MAMA ATENDIDAS EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA NA PARAÍBAFernanda Maria Chianca da Silva; Gildeci Alves de Lira; Zilda Maria Coelho MontenegroIntrodução: O câncer de mama pode ser detectado precocemente, através do exame clínico das mamas e do autoexame das mamas, bem como da mamografia e ultrassonografia mamária. Apesar disso, mulheres com mais de 70 anos em sua maioria têm apresentado diagnóstico tardio. Objetivo: Descrever as características clínicas, socioeconômicas e o tratamento de idosas com câncer de mama, numa instituição de referência do Estado da Paraíba no ano de 2010. Metodologia: Estudo transversal, retrospectivo, onde foram analisados 64 prontuários de idosas com câncer de mama. Os dados foram digitados numa planilha Excel e analisados no programa estatístico SPSS. Resultados: Durante os meses de janeiro a dezembro de 2010, foram internadas, no hospital de referência do Estado da Paraíba, 92 pacientes idosas com diagnóstico de câncer de mama, porém, para este estudo, só foi possível ter acesso a 64 prontuários. A faixa etária predominante foi de 60 a 69 anos totalizando 48,4%. Quanto à escolaridade, percebe-se, uma população de baixa escolaridade prevalece, com 63,9% (p=0,379). A renda familiar em 83,3% das mulheres foi de até dois salários mínimos (p= 0,333). No que se refere à localização da moradia, 77,4% vivem na zona urbana, 43,1% são aposentadas e 86,6% professam a religião católica. Percebe-se, 69,2% dos casos com grau III ou IV ocorreram nas pessoas que apresentaram neoplasia na mama esquerda (p=0,419). Ao relacionar o grau do câncer à idade em que ocorreu a menopausa (p=4,133), foi observado que, em 44,4%, as idosas estavam na faixa entre 46 e 50 anos, e que em 80% desses, as idosas apresentaram neoplasia nos graus I e II. O tipo de cirurgia realizada após diagnóstico, percebemos a forte indicação da mastectomia com esvaziamento, sem esvaziamento e quadrantectomia. A mastectomia com esvaziamento em 61,5% dos casos com grau III e IV da doença, seguida de 23,1% com os mesmos graus na mastectomia sem esvaziamento (p=3,132). A forma de tratamento, depois de diagnosticado o câncer de mama, predominante na maioria foi a cirurgia, tanto nos graus I e II com 83,3%, como nos graus III e IV, com 100.0%, seguido da quimioterapia em 84,6%, radioterapia em 76,9% e hormônioterapia em 53,8% (p=0,024), nos graus III e IV, com as mesmas colocações nos graus I e II. Conclusão: De acordo com a maioria dos prontuários estudados, as idosas referiram não realizar o autoexame das mamas e houve um número significativo de mastectomias, o que pode indicar que as idosas pesquisadas não foram estimuladas a buscar prevenção e detecção precoce do câncer de mama, sendo assim, se faz necessário a implementação imediata da Política de Alerta à Saúde das Mamas, do Ministério da Saúde, nos serviços de atenção primária à saúde.Palavras-chaves: câncer; idosas; mama.