Introdução: O tratamento do Diabetes Mellitus traz incômodos, principalmente para idosos, pois consiste na administração múltipla diária de insulina por via subcutânea. O desenvolvimento deste trabalho vem de encontro a esses incômodos acarretados por esse método de aplicação, portanto, iniciamos análises e produções de biofilmes de quitosana com e sem insulina que possam ser administrados através de uma via de aplicação alternativa. A Calorimetria Exploratória Diferencial – DSC é a técnica de análise térmica na qual se mede a diferença de energia fornecida a uma substância e a um material de referência (termicamente estável) enquanto ambos são submetidos a uma programação controlada de temperatura. Assim, a DSC dos biofilmes desenvolveu uma série de caracterizações deste material, aprofundando estudos já iniciados. Com estes estudos, amplia-se a perspectiva de desenvolver um sistema de liberação controlada de fármaco, com potencial de real inovação tecnológica. Objetivo: Caracterizar calorimetricamente biofilmes de quitosana com e sem insulina, produzidos por duas metodologias diferentes, visando encontrar uma via de administração mais confortável para os usuários em geral, principalmente os idosos. Metodologia: As curvas DSC dos materiais citados foram obtidas em um módulo Calorimétrico Exploratório Diferencial DSC modelo Q20 (TA - Instruments). Foram utilizadas amostras de 2,00 ± 0,05 mg de biofilmes de quitosana e insulina, produzidos por duas metodologias diferentes, um deles elaborado pelo método sol-gel que utiliza calor (A) e outra pela metodologia de secagem por resfriamento (B), acondicionadas em cadinho de alumínio hermeticamente fechados, analisadas na razão de aquecimento de 100C min-1 até a temperatura de 50 a 400°C. Utilizou-se atmosfera de nitrogênio, com fluxo de 50 mL min–1. As curvas DSC foram analisadas pelo programa TA Instruments Universal Analysis 2000, versão 4.7. Resultados: Na análise dos biofilmes A por DSC podem ser visualizados dois eventos, sendo o primeiro endotérmico e o segundo exotérmico. O primeiro evento é atribuído à evaporação da água (fenômeno que absorve calor) e cuja temperatura de pico é 90,4ºC e uma entalpia de 493J/g. O segundo evento é atribuído à decomposição monomérica da cadeia do polímero e sua temperatura de pico foi 299,10ºC e entalpia de 363,1J/g. Já nos biofilmes B, foi possível visualizar três eventos endotérmicos, cujas temperaturas de pico foram 50,57ºC, 112,54ºC e 323,15ºC e entalpias de 59,05J/g; 624,8J/g e 32,5J/g o que pode ser atribuído à elevada quantidade de água que o processo de obtenção do biofilme permite reter. Nesta metodologia o evento exotérmico que corresponde à degradação do polímero foi mascarado pelos eventos endotérmicos mencionados. Conclusão: Através da DSC foi possível caracterizar e discriminar os biofilmes para o tratamento do Diabetes Mellitus, obtidos por diferentes metodologias, propondo uma possível via de administração alternativa da insulina. Porém, ainda se faz necessária o uso de técnicas hifenadas a fim de contribuir para um melhor esclarecimento das características dos materiais.