A pesquisa em Psicologia voltada ao envelhecimento é relativamente recente, concentrando-se inicialmente principalmente nos aspectos cognitivos, em uma perspectiva de avaliação e compensação das perdas. O olhar voltado ao envelhecimento, nessa área, foi fortemente marcado por teorias que o consideravam um período de declínio, no qual o desenvolvimento ficaria estagnado. O tema da afetividade e dos vínculos em pesquisas com idosos encontra-se em expansão, tanto em âmbito internacional quanto nacional, sendo a grande maioria dos trabalhos nessa temática voltados a aspectos quantitativos das redes sociais, ou em uma perspectiva da teoria do Apego. A proposta do presente pesquisa foi, a partir do mapeamento da rede social de alguns idosos, buscar aprofundar aspectos qualitativos de seus vínculos. O método traçado foi de estudo de casos múltiplos, de natureza exploratória, sendo os participantes provenientes de dois contextos: uma instituição de longa permanência e um centro de convivência. O intuito foi desvelar os distintos discursos que permeiam os contextos escolhidos, em uma perspectiva dialógica e sócio-histórica, baseada na teoria da Rede de Significações, de modo a dar voz às distintas formas de envelhecer, entendendo algumas das diferenças em seus processos de vinculação. Encontrou-se que os contextos da institucionalização e vida em comunidade são circunscritores para os processos de (des)vinculação dos idosos não de maneira isolada, mas à medida em que se combinam com aspectos das histórias de vida. Dessa forma, propiciam a ressignificação de vínculos, a manutenção e constituição destes na vida dos idosos.