INTRODUÇÃO: A Doença de Parkinson (DP) é uma doença degenerativa, crônica e progressiva que afeta o Sistema Nervoso Central, causando decréscimo do número de neurônios dopaminérgicos. Tem maior prevalência na população idosa e ainda não tem sua etiologia bem elucidada, porém já se sabe que provavelmente há uma interação entre os fatores genéticos, ambientais e o processo do envelhecimento. Os sintomas depressivos são os principais sintomas não-motores dessa doença, atingindo cerca de 40% dos pacientes com Doença de Parkinson. Tal fato pode determinar perturbações importantes na qualidade de vida desses pacientes. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi analisar a relação entre a sintomatologia depressiva e os estágios de incapacidade da Doença de Parkinson. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico observacional do tipo descritivo, de caráter transversal. A amostra foi composta por 78 sujeitos com diagnóstico de Doença de Parkinson. Foi aplicado a Geriatric Depression Scale (GDS), para avaliar a presença de sintomatologia depressiva, e a Escala de Estágios de Incapacidade de Hoehn e Yahr, para avaliar os estágios de incapacidade da doença. Para análise de dados foi utilizado o pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 21.0. Inicialmente foi realizada uma análise descritiva da distribuição da frequência das variáveis em estudo. Foi aplicado o teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov para avaliar a normalidade dos dados. Inicialmente foi realizada uma análise descritiva, com média, desvio padrão e frequência. Em seguida foram realizados testes de comparação com o Mann Withney, para dados não-paramétricos, com objetivo de identificar possíveis relações entre o estágio da DP e a depressão. Para todos os testes, citados foi utilizado o nível de significância de p≤0,05. RESULTADOS: Por meio da análise descritiva foi observado que 70,5% da amostra encontravam-se nos estágios de leve a moderado da doença, enquanto 29,5% estavam no estágio grave. Além disso, dos 78 pacientes, 41 apresentaram sintomatologia depressiva, o que representa 52,6% da amostra estudada. Através do teste de Mann Withney, foi observado que não houve relação estatisticamente significativa entre a sintomatologia depressiva e os estágios de incapacidade da Doença de Parkinson (p=0,12). CONCLUSÃO: Apesar da sintomatologia depressiva ter sido mais frequente nos níveis iniciais da doença, não houve relação estatisticamente significativa entre estas variáveis, sugere-se que a presença do indicativo de depressão no indivíduo com Doença de Parkinson independe do estágio de incapacidade que ele se encontre.