Uma série de fatores, tais como o avanço tecnológico da área da saúde, o desenvolvimento de políticas públicas voltadas aos idosos e a valorização da atenção primária à saúde (APS), dentre outros aspectos, contribuíram para o significativo aumento da expectativa de vida no Brasil e o marcante envelhecimento populacional. Essa maior longevidade da população vem modificando o perfil epidemiológico do país, já que há aumento da mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em detrimento das doenças infecto-parasitárias. Dentre as DCNT, encontra-se o Diabetes Mellitus (DM) tipo 2, uma das principais síndromes de evolução crônica que acomete a população nos dias atuais. Desse modo, o presente estudo objetivou descrever e avaliar a perfil de idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 atendidos no Ambulatório de Nutrição e Endocrinologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW/UFPB). Para isso, utilizou-se um estudo transversal, de caráter descritivo-exploratório com abordagem quantitativa. A população estudada foi constituída por 70 (setenta) idosos diabéticos atendidos no Ambulatório de Nutrição e Endocrinologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW/UFPB). Em relação às características sócio demográficas dos portadores de DM tipo 2 do estudo, observou-se que há maior frequência de sujeitos casados (52%), aposentados (75%) e do sexo feminino (62%). Quanto às condições de moradia, 98% possuíam casa própria e 95 % relataram morar com a família, onde a maioria (36%) informaram residir com três a quatro pessoas e 23 % com 4 à 6 pessoas. Observou-se também que houve predomínio da faixa etária entre 60-64 anos e que 57% dos idosos possuíam ensino fundamental incompleto. Sobre o uso de medicamentos para o controle da diabetes foi apontado que 57% da população utilizavam hipoglicemiantes orais e 34 % insulina. Em relação à rede assistencial em que os idosos diabéticos fazem o acompanhamento assistencial, observou-se que 92% usavam o Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto apenas 8% usam o serviço particular. Quanto ao perfil clínico, a maioria dos idosos definiram seu diagnóstico a cerca de 8 anos e apresentaram a comorbidade mais comum na diabetes, a hipertensão arterial sistêmica (35%). Assim, as DCNT estão se tornando prioridade para a saúde pública no Brasil. Com o contínuo conhecimento e monitoramento das condições de saúde de portadores dessas doenças, especialmente a DM, espera-se que seja proporcionada uma melhoria na prática clínica, contribuindo para uma boa qualidade de vida dessa população. Logo, o alto índice de comorbidades e complicações oriundas da diabetes mostra a necessidade de se implementar ações voltadas à educação em saúde e intervenção terapêutica, incentivando a adoção de hábitos de vida e alimentares saudáveis, com o intuito de melhorar as condições de saúde dos pacientes portadores de DM tipo 2 e para que haja controle efetivo da doença e das comorbidades a ela associadas.