O crescente aumento da população idosa no Brasil e no contexto internacional vem trazendo desafios na busca por melhores condições de vida, o que conduz a uma reflexão sobre as necessidades de transformações sociais, políticas e econômicas, a fim de preservar a saúde e o bem-estar global dessa parcela da população. Tem sido motivo de amplas discussões em todo o mundo a necessidade de viabilizar um envelhecer com dignidade. As políticas destinadas aos idosos precisam estar direcionadas à promoção da autonomia, favorecendo a ressignificação da vida e incentivando ações inclusivas, de autocuidado e de atenção integral à saúde. As práticas integrativas e complementares, enquanto recurso terapêutico vem adquirindo destaque pelas suas contribuições para a qualidade de vida nesta faixa etária, uma vez que a base destas práticas, consideradas não-convencionais, reside no cuidado integral e envolvem atividades coletivas e individuais com ênfase na promoção do cuidado à saúde e na prevenção dos desequilíbrios energético-funcionais e/ou restauração das desarmonias existentes, importantes para promoção do bem-estar e do estabelecimento do vínculo entre o terapeuta e o idoso, aspectos essenciais no processo de cuidar. O objetivo deste estudo foi identificar as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) que vem sendo desenvolvidas nas Instituições de Longa Permanência para idosos (ILPI) no município de Natal-RN. A coleta de dados se deu por meio de entrevistas realizadas durante o período de setembro de 2015 a março de 2016 que foram aplicadas aos responsáveis pela administração de nove entre dez instituições asilares existentes na cidade de Natal-RN. A entrevista foi realizada tendo como base a identificação da Instituição e questões direcionadas às PICS. Das nove Instituições visitadas somente quatro oferecem práticas, sendo elas: Lar da Vovozinha: reiki e florais de Saint Germain; Lar do Idoso Feliz Idade Albergue Assistencial: canto, dança, pintura e dinâmicas; Lar Bom Samaritano: relaxamento com técnicas respiratórias e massagens, Residencial Geriátrico da Melhor Idade: acupuntura, pintura, leitura lúdica, canto e música. Foi constatado que mesmo diante de todas as dificuldades de funcionamento com a oferta de serviços básicos aos asilados, 44,44% das Instituições visitadas oferecem as PICS. Com relação à frequência, o tempo e quais profissionais as executam, foram relatadas dificuldades para realização e continuidade das práticas complementares em saúde devido à ausência de profissionais e/ou voluntários capacitados. Apesar dos obstáculos, quase metade das ILPI tem em sua rotina a aplicação de algumas PICS, mesmo tendo uma visão ainda limitada e até desconhecida acerca dessas práticas. Em todas as Instituições há uma preocupação com esse cuidar do idoso, algumas mais voltadas para procedimentos básicos e outras com uma expectativa mais ampla sobre novas possibilidades de um cuidado mais integrativo. Porém, é notória a necessidade de promover mais informações sobre as PICS e dar continuidade a esse estudo em uma fase posterior que contemple a implementação das PICS nas Instituições Asilares onde essas ainda não vem acontecendo. Assim, vale ressaltar a importância de se difundir as PICS nas ILPI como uma eficaz estratégia para a melhoria e manutenção da qualidade de vida dos idosos.