A auto percepção da saúde vem ganhando importância á medida que se mostra um eficaz indicador de mortalidade, ou seja: por meio dela constatou-se que indivíduos com melhor assimilação da saúde têm menores riscos de morte e vice versa. Importa ressaltar que o processo de envelhecimento traz consigo diversas alterações no organismo, e com isso a ocorrência de fatores como o declínio da capacidade funcional, surgimento de limitações físicas, entre outros, são alterações que modificam a dinâmica de vida dos idosos e repercutem diretamente nos estilos de vida por eles adotados. Sendo assim, a persistência em atividades remuneradas ajuda a combater o declínio na redução de atividades desempenhadas nessa etapa da vida, em que o “distanciamento” da inserção social acaba retirando de alguns idosos a ideia de pertença e utilidade. Objetivou-se, portanto, caracterizar o perfil sócio demográfico dos idosos pesquisados, e, além disso, analisar a auto percepção da saúde destes, considerando sua atividade e a inatividade econômica. Trata-se de um estudo com amostragem por conglomerado com uma amostra de 160 participantes com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, residentes na cidade de Campina Grande – PB. Os idosos participantes passaram pelo critério de inclusão do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e aceitaram participar livremente da pesquisa. Utilizou-se um Questionário Sócio demográfico; o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e o Questionário de Saúde Percebida (QSP), com cinco graus para escolha (Ótima, Boa, Regular, Ruim ou Péssima) para medir a auto avaliação do estado de saúde. O estudo obedeceu às normas do Conselho Nacional de Saúde, através da Resolução N° 196, de 10 de outubro de 1996, que estabelece as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). As idades dos participantes variaram entre 60 e 97 anos. A maioria, 45,6% era casada ou vivia com um companheiro. Quanto ao trabalho que exerciam 49,4% desses idosos eram economicamente ativos e 50,6% não trabalhavam mais, e destes, 77,5% eram aposentados ou pensionistas. No que se refere à escolaridade 39,4% concluíram o nível fundamental I. Quanto ao arranjo de moradia, 88,1% moravam acompanhados, e destes, 56,3% moravam com filhos. Por meio dos dados obtidos com os idosos pesquisados, foram contabilizadas as estatísticas relacionadas à como percebem a própria saúde, primeiramente no tocante aos indivíduos economicamente inativos, e posteriormente foram contabilizadas as estatísticas do grupo de idosos que ainda exercem alguma atividade remunerada (economicamente ativos). De acordo com os dados obtidos (entre os idosos economicamente inativos) 11,1% consideraram sua saúde péssima e o mesmo percentual considerou a própria saúde ruim, quanto aos idosos que ainda trabalhavam (economicamente ativos), 17,7% a considerou ótima; 5,1% a considerou ruim e apenas 1,3% a considerou péssima. Dessa forma, os idosos economicamente ativos perceberam sua saúde de maneira mais otimista do que os idosos economicamente inativos, fato este corroborado por outros estudos recentes, também realizados no Brasil.