Muito se tem discutido sobre as problemáticas que somos acometidos na adolescência, colocando–a como fase de transformações marcadas por ebulições hormonais, conflitos, mudanças biológicas e sociais. Até certo ponto, é contraditório pensarmos que outrora éramos apenas uma criança, sem obrigações e sem tantas responsabilidades, e de repente nos encontramos biologicamente “estranhos”, com formas alheias as que tínhamos, com sensações que até então as desconhecíamos. Como nos colocar diante de novos desejos, novas estruturas sociais? Como não ser criança e nem adulto, uma vez que somos apenas adolescentes? É em meio a essas inquietudes que nós humanos, passamos pela a adolescência uma fase que perpassa a esfera biossocial, uma vez que há uma definição histórica e cultural que delimita o sujeito-adolescente.
Sabemos que somos seres sociais e que somos influenciados pelo meio, em que fazemos parte, da mesma forma, para diferentes povos o ser-adolescente se apresenta de maneiras distintas. Assim, se processa essa tão conflituosa fase humana, repleta de continuidade e (des) continuidade nas mais diferentes esferas. Em outras palavras, a continuidade e a descontinuidade na adolescência pode ser compreendida e analisada por diferentes ópticas, sobretudo, a partir do que se postula em sociedades sejam elas orientais ou ocidentais. Ademais, nessas sociedades desde a sua tenra infância a criança é direcionada para o desenvolvimento das suas competências e habilidades a partir das responsabilidades para com ela e para com a sua família, sendo essa responsabilidade colocada para a criança de forma gradual. O que antes era apenas colocado de forma lúdica, com brincadeiras do universo infantil, de repente a “criança” passa de uma situação de dependências para as exigências sociais que impõem mais responsabilidades, independência, necessitando fazer escolhas, como por exemplo, escolher a sua profissão nos exames para o ingresso à universidade .