O estudo teve como objetivo principal identificar os processos de exclusão presentes entre os agentes da educação de uma escola pública municipal de Campina Grande, Paraíba. Nesse sentido, realizou-se mapeamento institucional, observação da dinâmica da sala de aula, entrevista semi-estruturada com a diretora e com uma professora e um diário de campo. Os conteúdos resultantes do material coletado foram submetidos aos procedimentos do método de Análise de Conteúdo de Bardin. Foram identificadas quatro categorias que representam formas de exclusão na escola: 1- a produção da turma problemática; 2- a pedagogia da repetência; 3- a comparação entre as turmas; e 4- os processos de exclusão na escola e da escola Por meio da pesquisa, foi possível perceber a desmotivação de alunos e professores como agentes da educação e a fragilidade da diretoria, a qual se mostrou, de modo geral, alheia aos problemas que acontecem na escola e conformista frente às dificuldades inerentes ao contexto escolar. Os alunos são concebidos pelos professores e pela gestão como sujeitos com altos índices de indisciplina, dificuldades de aprendizagem e repetência. Os dados encontrados apontam para uma concepção meritocrática da escola, a qual deve ordenar, hierarquizar e classificar os alunos em função de seus méritos. Dentre as formas de exclusão presentes nas falas dos participantes da pesquisa estão o retraimento; o estigma associado ao fracasso da aprendizagem que leva a uma repetência descontrolada; a comparação excessiva que os profissionais fazem entre as turmas; a separação entre os alunos que conversam e os que não conversam; e a ameaça de exclusão da escola, da qual o aluno seria expulso em caso de repetições consecutivas. Sob esses aspectos, os resultados apontam para a necessidade de criação de programas interventivos com atenção voltada para formação de professores e gestores, a fim de potencializar o processo educativo livre de práticas de exclusão.