Introdução: As dislipidemias, distúrbio constituinte do grupo das Doenças e Agravos Não Transmissíveis é uma das principais determinantes da relação direta na ocorrência de doenças cardiovasculares (DCV), representando importante causa de morbidade e mortalidade no país. Elas são caracterizadas pela presença de níveis elevados ou anormais de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue: Colesterol Total (CT), LDL-colesterol (LDL-c), Triglicerídeos (TG) e HDL-colesterol (HDL-c). Dentre os fatores e risco para o desenvolvimento das dislipidemias ressaltam-se o sexo, a idade, o hábito de fumar, a composição corporal, o consumo alimentar, alterações nos níveis de glicemia e pressão arterial. Objetivo: Este trabalho objetivou identificar a prevalência de dislipidemias em idosos participantes de um programa de atenção farmacêutica. Metodologia: Foi realizado um estudo do tipo transversal, de natureza exploratória e descritiva, com abordagem quantitativa. A amostra foi constituída por 76 idosos, portadores de Hipertensão e/ou Diabetes, os quais são assistidos pelo Programa de Atenção Farmacêutica da Universidade Estadual da Paraíba (PROATENFAR/UEPB) em parceria com o Programa HIPERDIA desenvolvidos em uma unidade básica de saúde localizada no município de Campina Grande-PB. A pesquisa foi realizada entre os meses de agosto e dezembro do ano de 2012 e os dados foram coletados dos prontuários dos pacientes. A presença e a classificação das dislipidemias foi observada a partir dos critérios e valores de referência definidos pelas III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias. Os exames bioquímicos de TG, HDL-c e LDL-c foram realizados pelo Laboratório de Análises Clínicas da UEPB. Para a análise estatística utilizou-se o programa Excel 2010. Resultados: Dos 76 participantes do estudo, observou-se que 71,05% (n=54) eram do gênero feminino, destes 96,29% (n=52) apresentaram dislipidemias, com média de idade de 69.02 ± 6,36 anos. Da amostra total 28,95% (n=22) eram do sexo masculino, onde 86,36% (n=19) eram dislipidêmicos, com valor médio de idade de 73,11 ± 8,81 anos. Pôde-se observar que o tipo de dislipidemia predominante em ambos os sexos foi o HDL-c baixo isolado ou em associação com aumento de LDL-c ou de TG (Tipo 4), correspondendo a 86,84% (n=66) dos participantes do estudo. Detectamos também que nenhum paciente do sexo masculino possuiu dislipidemia do tipo 1 e 3. Quanto aos indicadores bioquímicos, o HDL-c foi o que mais se apresentou alterado, sendo mais expressivo nas mulheres com média de 33,14mg/dL. Conclusão: Detectou alta prevalência de dislipidemia entre os idosos de ambos os gêneros. Por isso, ressalta-se a importância das intervenções não farmacológicas como a prática de atividade física, o controle do peso, a manutenção de uma dieta saudável e o controle do estresse como medidas para prevenção e tratamento das dessas dislipidemias. Nesse sentido, os profissionais de saúde devem orientar quanto à adesão ao tratamento tanto não farmacológico como farmacológico, contribuindo assim para a melhora do paciente.