Por muito tempo a pessoa com deficiência foi totalmente excluída das esferas sociais por consequência de concepções místicas, religiosas ou até mesmo médico-patológica. A partir da segunda metade do século XX, documentos nacionais e internacionais foram criados para de alguma forma tentar transformar a realidade dessas pessoas, conseguindo então iniciar um processo de mudança sobre a compreensão que se tinha acerca das pessoas com deficiência, seus direitos e possibilidades de participação ampla em todos os âmbitos da sociedade, porém, estas medidas não foram suficientes para que houvesse uma inclusão efetiva destes no meio social e principalmente no âmbito educacional. Diante da desvantagem socioeducacional vivenciada pela pessoa com deficiência em uma cultura de “normalidade”, este trabalho tem o objetivo de analisar o campo da educação emocional como um caminho que pode ou não contribuir para inclusão escolar e o empoderamento da pessoa com deficiência. Esta pesquisa, de natureza qualitativa, caracteriza-se por ser bibliográfica e é fruto de estudos e pesquisas desenvolvidos no Grupo de Pesquisa Educação e Emocionalidade (GRUPEE), da Universidade Federal da Paraíba. O artigo está dividido em duas seções: a primeira contextualiza o histórico de exclusão vivenciado pelas pessoas com deficiência e a concepção médico-patológica que marca as experiências desse grupo social; e a segunda seção discute a importância da educação emocional e analisa como este campo pode servir de aporte para a inclusão de pessoas com deficiência nas mais diversas esferas sociais. Os achados da pesquisa apontam que a educação emocional é um caminho que contribui para o empoderamento de pessoas com deficiência, uma vez que o conhecimento das emoções pode gerar a construção de uma identidade própria e autonomia para uma vida ativa e participativa.