Por ser visto como um continente de historiografia escassa logo, a África passou a ser vista como insignificante para a história oficial, graças a isso durante muito tempo construiu-se uma imagem estereotipada sobre a África mediante a sua quase inexistência nos livros didáticos. Após a inserção da história desse continente no meio escolar passou-se a conhecer a África exclusivamente como produtora de escravizados não dando o devido reconhecimento a suas religiões, cultura, filosofia, e etc. Dessa forma esse olhar simplista e superficial para a África acabou gerando uma série de preconceitos, dentre eles o preconceito religioso. Então, como lidar com esse preconceito religioso que ainda hoje constantemente permeia o ambiente escolar e para além dele? Qual a melhor metodologia para desconstruir a imagem, construída de forma enraizada nas cabeças de pais e alunos, a respeito da África e tudo que a cerca ligando-a diretamente a fome, miséria, escravidão e por vezes a algo diabólico? Pensando sobre o preconceito sofrido por crianças praticantes de religiões de matrizes africanas, o presente artigo busca, com base principalmente no livro da pesquisadora e escritora Stela Guedes Caputo “Educação nos terreiros, e como a escola se relaciona com crianças de candomblé” e no artigo de autoria de Roberta Bivar C. Campos e Juliana Cíntia Lima Silva “Quando eu crescer vou escolher minha religião! A reinvenção da religião dos brasileiros através do olhar infantil”, desconstruir esse preconceito plantado, desenvolvido e naturalizado ao longo dos anos tanto para os adultos como para as crianças. Trazendo a tona a necessidade de abordar a temática das religiões de matrizes africanas no ambiente escolar para gerar conhecimento e com isso a desconstrução do preconceito.