BEZERRA, Arthur Silva et al.. Automedicação em idosos brasileiros. Anais III CIEH... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/2215>. Acesso em: 23/11/2024 01:24
Introdução A automedicação é uma prática comum, adotada por grande parte dos idosos. É entendida como o uso de medicamentos para tratamento de doenças ou sintomas percebidos, sem a prescrição, orientação ou o acompanhamento do médico ou dentista. Considerando a problemática da automedicação em idosos, como risco de reações adversas, interação com medicamentos prescritos e intoxicação, torna-se necessário o conhecimento dos determinantes do processo de automedicação por parte dos profissionais da saúde para que todos possam subsidiar a promoção do uso racional de medicamentos entre idosos. Objetivo O objetivo da revisão é levantar informação acerca da automedicação em idosos com enfoque nos fatores relacionados. Metodologia Foram consultados os trabalhos indexados nas bases de dados SCIELO, LILACS E MEDLINE sob os descritores idoso, automedicação e uso de medicamentos. A busca limitou-se a artigos publicados entre 2006 a 2013, em português. Resultados Os estudos evidenciam os medicamentos alopáticos como os principais medicamentos envolvidos na automedicação, no entanto em outros estudos observa-se o uso de plantas medicinais como a prática mais adotada entre os idosos. Entre as categorias terapêuticas mais utilizadas, sem prescrição médica, em idosos, estão os analgésicos, seguido dos antipiréticos e antiinflamatórios. Esses mesmos estudos mostram a automedicação como uma prática comum, de prevalência variável e associada à presença de situações clínicas como dor, por exemplo. Diversos estudos apresentam uma relação entre sexo feminino e automedicação, sendo esta uma prática observada, com maior frequência entre mulheres do que entre homens. Observa-se na literatura uma relação inversa entre presença de doenças crônicas, como hipertensão ou diabetes e a prática de automedicação, assim como o melhor nível socioeconômico e o maior número de consultas médica. Outro achado importante na literatura é que automedicação está associada a uma maior disposição dos idosos de aceitar e recorrer a orientações de leigos em medicamentos, como amigos ou familiares. Conclusão Os resultados do estudo mostram a automedicação como uma prática que permite o autocuidado, multifatorial e muito frequente entre os idosos. Entretanto, pode levar ao agravamento de doenças, risco de reações adversas e gastos desnecessários com medicamentos. Diante do exposto, percebe-se que é fundamental uma estreita relação entre os profissionais da saúde e o paciente idoso, a fim de identificar os fatores relacionados à automedicação de forma a minimizá-la e garantir o bem-estar desse segmento populacional.