O trabalho em tela oferece uma das possíveis reflexões em torno das relações entre sociedade, educação e neoliberalismo. Nesse sentido, buscamos problematizar o aspecto mercadológico das práticas educativas formais, priorizando uma análise introdutória sobre as consequências produzidas pelos imperativos dos mercados no âmbito social mais amplo. Destacamos, particularmente, aquelas produzidas nas interfaces entre educação formal e políticas educacionais planejadas nos marcos do neoliberalismo. Cabe acentuar que este artigo se ampara em estudos bibliográficos, dos quais merecem destaque as contribuições de Anísio Teixeira, José Willington Germano, Gabriel Eduardo Vitullo, Pablo Gentili, Tomaz Tadeu da Silva, Paulo Freire, István Mészaros e Atilio Boron. Como considerações, apontamos o caráter reprodutor do fenômeno educativo em sua ambivalência ontológica no que se refere ao atendimento das exigências neoliberais para a educação formal. De igual modo, observamos que as práticas educativas de caráter mercadológico aprofundam as dualidades históricas existentes em nossas sociedades, alargando a distância entre os muitos que possuem pouco e os poucos que possuem muito. A mercadorização da educação acentua, portanto, os contornos de uma sociedade marcada pelo individualismo e pela falta de solidariedade coletiva, reproduzindo, dessa maneira, uma ordem social excludente e acentuadamente desigual.