De acordo com a legislação vigente, o aluno público-alvo da educação especial tem direito a educação de qualidade e deve ser incluído no contexto da escola regular, junto com os demais alunos. Contudo, a efetivação bem-sucedida do princípio da inclusão na sala regular requer estrutura adequada para atender suas peculiaridades. Dentre as condições necessárias estão os profissionais de apoio para os alunos com deficiência e Transtorno do Espectro Autista (TEA), sugeridos na Nota Técnica 19/2010 – MEC/SEESP/GAB de 08 de setembro de 2010. Ainda que a referida nota oriente o encaminhamento destes profissionais, não é clara quanto à definição do perfil e da atuação dos mesmos, especialmente daqueles que, para fins deste estudo, serão denominados de Acompanhantes Terapêuticos (AT). Assim, este artigo apresenta o recorte de uma dissertação que investigou as concepções do AT acerca da sua atuação no contexto da sala regular. Para o percurso metodológico, optou-se pela abordagem qualitativa, do tipo descritiva, tendo como participantes 4 ATs que atuaram nas salas regulares da rede pública municipal de ensino de Teresina por pelo menos 1 ano no ensino fundamental. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se entrevista semiestruturada e, para o tratamento dos dados obtidos, foi adotada a análise de conteúdo conforme proposta por Bardin (2011). Constatamos que a experiência como AT marcou profundamente a vida dos sujeitos encaminhados para o exercício desta função no contexto de sala regular, configurando-se como experiência transformadora tanto em âmbito profissional quanto pessoal, situando a Educação Especial como possível área de atuação futura.