A educação, enquanto instrumento estratégico de propagação de conhecimentos e culturas, tem se constituído como um elemento estratégico de manutenção do status quo, contribuindo de forma significativa para tornar a escola um espaço de exclusão e segregação. Assim, uma análise de seu processo histórico de desenvolvimento mostra que a mesma acaba por vezes, atendendo sempre aos interesses da elite hegemônica. Para as classes populares, Arroyo (Outros Sujeitos, Outras Pedagogias. 2012), mostra que o modelo de educação historicamente adotado no Brasil serviu para tentar conformá-los, educando-os para aceitarem a condição de inferiores e sub-humanos, dando origem a pedagogias que oportunizem sua implementação. Entretanto, os coletivos sociais populares, reagindo a essas formas de pensá-los lutam e se organizam no sentido de superar essa visão. Como fruto dessa luta, começam a ganhar espaço a ideia de resignificar o papel da escola e as concepções de campo e educação, tendo como um dos pontos centrais da luta, a mudança na formação de educadores do campo (CALDART. 2004, 2010 e 2012. ANTUNES-ROCHA, 2011. REIS, 2011). Assim, este trabalho, é fruto da análise da experiência desenvolvida no Curso de Licenciatura em Educação do Campo, em Arcoverde, tendo por objetivo: identificar e analisar alguns dos desafios e possibilidades da formação de educadores em Educação do Campo. Sua elaboração se deu a partir da análise das ações desenvolvidas e dos resultados já alcançados. Espera-se que o mesmo contribua para repensar a formação docente, enquanto estratégia fundamental na garantia da luta por uma Educação do Campo.