A América é um continente marcado pela diversidade em várias esferas o que dificulta a consolidação de um conceito que possa abarcar tanta heterogeneidade e, assim, descrever o que seria "americanidade". Aplicarei aqui a noção de união em torno de um projeto de consolidação de identidade mas especificamente na América Latina, espaço em que transcorrem as obras relacionadas no título deste trabalho. Pretendo com este texto, tentar entender o impacto da textualização e da representação de experiências que subvertam, questionem e/ou desestabilizem os pressupostos de uma matriz eurocentrista das identidades culturais na América Latina, e de seus entrecruzamentos com outros processos de constituição identitária, assim como apontar para a presença importante das narrativas com traços autobiográficos, ocupando espaços abertos para que a contra-história da América Latina tenha visibilidade e assuma o seu papel na consolidação da identidade latino americana. Pretendo também observar que tipo de conjuntura cultural permite o surgimento e a circulação deste tipo de narrativa.