CARVALHO, Sueleny Ribeiro. A mulher em frankenstein: da pena à tela. Anais XII CONAGES... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/18339>. Acesso em: 25/12/2024 11:19
O presente trabalho pretende observar como se dá a representação do feminino através do estudo da personagem Elizabeth no filme Frankenstein de Mary Shelley. Para tanto, devemos considerar o fato de que o filme trata-se de uma tradução intersemiótica da obra de Mary Shelley, portanto analisaremos os códigos utilizados para a sua construção na narrativa literária e na narrativa fílmica a fim de verificarmos, por meio da comparação entre as duas formas de produção artística, a presença simultânea da maternidade e da sexualidade na personagem do filme de Branagh. De acordo com Diniz, (1999) o tradutor tem liberdade para modificar uma situação de cena, do texto para o filme, ampliando-a ou reduzindo-a ou ainda pode escolher representá-la por meio de outros instrumentos simbólicos. Essas modificações visam atender às necessidades do gênero cinema. Embora baseado em uma obra de autoria feminina, não podemos desconsiderar o fato de que o filme Frankenstein de Mary Shelley é fruto de uma visão masculina posto que a direção deve-se à Kenneth Branagh. Além disso, segundo Ann Kaplan (1995 p.33) “o cinema dominante tira partido do ato de olhar”. Esse olhar sendo predominantemente masculino é responsável pela construção de uma imagem fetichizada da mulher, geralmente dividida entra a maternidade e a feminilidade.