Nos textos As Velhas e Arribação, escritos, respectivamente, por Lourdes Ramalho e por Álvaro Fernandes, somos apresentados a duas matriarcas, cujas semelhanças vão além do fato de serem chefes de famílias e retirantes da seca. Mariana e Severina passaram em suas vidas por fatos que as marcaram profundamente, tornando-as mulheres áridas como a terra que são “forçadas” a percorrer com suas famílias. Nosso trabalho objetiva realizar uma análise comparativa entre essas duas personagens, traçando pontos de semelhança entre elas, principalmente no que diz respeito à relação tempo/espaço e aos motivos que as levam a sair de seus lugares de origem, impedindo-as de fixar novas raízes. Para entendermos como tempo/espaço são determinantes para as quebras na estruturas dramática tradicional, conforme se verifica nos dois textos, consequentemente atuando sobre a tessitura das protagonistas, nos valeremos dos apontamentos de Costa (2012) e Szondi (2001). Para fins de análise, ainda tomaremos os apontamentos de Bakhtin (2006) em torno do cronotopo, termo cunhado a partir dos radicais de origem grega, cronos, que significa tempo e topos, espaço.