“Um Filme Falado”, do cineasta Manoel de Oliveira, faz entrever, por meio da viagem de uma professora com sua filha pelo mediterrâneo, a multiplicidade de identidades e as relações linguísticas, familiares e sociais na contemporaneidade, ao mesmo tempo em que evoca a história das antigas civilizações europeias para mostrar as mudanças que ocorreram em relação ao contemporâneo. O presente artigo pretende delimitar as reflexões incitadas por estas questões, sob as perspectivas do pensamento de Jacques Rancière acerca do conceito de “partilha do sensível”, que é a partilha do comum na comunidade heterogênea, onde se configura o regime político da arte. Outros aportes teórico-filosóficos, como Agamben e Stam também serão elencados neste estudo, pois seus escritos contribuem para a ilustração da nossa proposta.