O artigo discute a performance de vendedores ambulantes na cidade de Salvador-BA a partir das músicas que entoam classificadas como pregões. Estudamos como essa prática comunicativa realizada essencialmente por negros e negras, articula nesse contexto, elementos identitários e os insere na sociedade baiana, numa perspectiva histórica a partir do século XIX, quando surgem os pregões, estabelecendo uma relação com a prática na atualidade. Os elementos musicais, como triângulo, gaita, sino e a voz estridente do vendedor, quando não abandonados, somam-se agora a caixas de som e outras mídias eletrônicas constituindo assim o pregão eletrônico. Trata-se de considerar o diálogo entre a tradição e a modernidade e o agenciamento de identidades nesta prática que contemporaneamente passou a usar ferramentas tecnológicas.