Considerando a relevância de se promover práticas que contemplem os gêneros orais em sala de aula, mais especificamente nas aulas de língua materna, já que a oralidade faz-se presente nas reais práticas sociais dos sujeitos, este trabalho tem o objetivo de analisar o tratamento dado aos gêneros orais pelos livros didáticos de língua portuguesa, adotados numa escola pública municipal, em Pombal - PB, atentando para as correntes teóricas que norteiam esse material de apoio ao desenvolvimento das práticas pedagógicas do professor de língua materna. Trata-se de uma pesquisa que se inscreve no rol dos estudos qualitativos, uma vez que não sobressaem apenas resultados quantitativos, mas possibilidades de análise e redirecionamentos das práticas vigentes de sala de aula. O estudo esteve apoiado em teóricos da linguística contemporânea que se dedicam a investigação do trabalho com gêneros textuais orais e escritos em sala de aula de língua materna, tais como Marcuschi (2003), Bortoni-Ricardo (2009), Schneuwly & Dolz (2001), dentre outros teóricos que ressaltam a importância do trabalho com a oralidade na aprendizagem escolar. O trabalho se fundamenta também nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, PCN, 1998), os quais apresentam uma atenção voltada para as práticas da oralidade no Ensino Fundamental. Conforme demonstra o estudo em foco, as práticas textuais orais continuam sendo pouco exploradas em livros didáticos de língua portuguesa, o que permitiu apontar para uma perspectiva de ensino que demonstra a possibilidade de se desenvolver uma metodologia que contemple a sistematização dos gêneros orais formais nas aulas de língua materna.